No auge da transformação digital, percebemos todos os dias uma nova ameaça surgindo no universo dos pagamentos. Já não se trata apenas de proteger dados: segurança virou pilar para a relação de confiança com clientes e a continuidade dos negócios. Os números não deixam dúvida. O Relatório do Varejo 2025 aponta um prejuízo médio de R$ 11,2 milhões às empresas devido a fraudes no último ano até março, uma alta de quase 35%. Cerca de dois terços dos brasileiros já foram vítimas de fraude em pagamentos, sendo que 42% sofreram esse tipo de golpe apenas no último ano (dados detalhados aqui).
Fraudes digitais cresceram mais de 70% só com Pix!
Neste cenário, o Fórum de Entidades do Setor de Pagamentos, formado por ABBC, Abecs, Abipag, Abranet, Febraban e Zetta, desenvolveu, em um trabalho conjunto, um pacote com dez novas medidas para reforçar a segurança do setor. Esse pacote foi entregue ao Banco Central em 27/10, trazendo respostas rápidas a ameaças crescentes e reformas profundas para garantir um sistema mais protegido.
O que motivou as novas medidas de segurança digital?
Sentimos a urgência diretamente nas operações: fraudes no Pix causaram prejuízos de R$ 4,941 bilhões em 2024, aumento de 70% em relação ao ano anterior, segundo o Banco Central (veja aqui). O valor médio das perdas também subiu 44% nas vítimas, chegando a R$ 2.903,96 em 2025. Tudo isso nos mostra que evoluir a segurança é questão de sobrevivência para negócios digitais.
Diante desse cenário, as entidades do setor decidiram intensificar a busca por soluções padrão, colaborativas e cada vez mais tecnológicas.
As 10 novas medidas para reforçar a segurança digital
O pacote proposto pelo Fórum foi dividido entre ações prioritárias (de resposta imediata a riscos) e medidas estruturais (de longo prazo). Vamos detalhar cada uma dessas iniciativas:
Medidas prioritárias
- Criar um canal direto e automatizado de comunicação de incidentes com o Banco Central. Isso reduz o tempo de reação a golpes, possibilitando bloqueios e ações preventivas em tempo real.
- Incluir datas de abertura e criação de chaves no cadastro DICT. Com essa informação, podemos identificar mais rápido contas recém-abertas, geralmente usadas em esquemas de fraude.
- Proibir o uso de “contas bolsão”. Essas contas facilitam o sumiço do dinheiro em cadeias de transações ilegais. Agora, o rastreio ficará mais transparente e objetivo.
- Revisar regras para Iniciadores de Transação de Pagamento (ITPs). Aqui se inclui exigência de critérios rigorosos de certificação e capital mínimo, trazendo mais barreiras para agentes de risco.
- Implantar um protocolo noturno padronizado para operações entre 22h e 6h. Entre as novas regras: limites por hora, intervalo mínimo de 30 minutos para transferências a destinatários inéditos e direitos específicos para retenção temporária de valores em transferências de alto valor, evitando golpes rápidos aproveitando a madrugada.
Essas estratégias são apostas para reduzir rapidamente o impacto dos golpes, sobretudo os mais sofisticados, baseados em engenharia social e uso de contas laranja.
Medidas estruturais de longo prazo
- Ampliar o acesso a dados oficiais de identidade (Infoconv). Isso permite melhorar as verificações cadastrais e o processo de entrada de clientes, bloqueando tentativas de fraude já no início.
- Padronizar critérios para compartilhamento de dados e responsabilidades. Com todos os sistemas seguindo os mesmos parâmetros, erros e omissões diminuem e cada participante do universo de pagamentos entende seu papel.
- Endurecer penalidades para CPFs e CNPJs envolvidos com laranjas. Aumentar punições desestimula empréstimo de identidades e abre caminho para investigações mais eficazes.
- Rever normas do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI). O objetivo é reforçar rastreabilidade, creditação e monitoramento das operações, um trio fundamental para evitar sumiço de valores.
- Ampliar possibilidade de bloqueio cautelar de recursos para até 96 horas. Quando houver indícios de fraude, bancos e outras instituições poderão bloquear fundos suspeitos por mais tempo, garantindo fôlego suficiente para investigações.
Mais rastreabilidade, mais prevenção, menos espaço para fraudes.
O impacto prático das novas normas no cotidiano
Acreditamos, com base em nossa experiência, que o impacto dessas medidas será sentido tanto para consumidores quanto para empresas. A comunicação entre instituições será agilizada e a identificação de movimentações suspeitas será bem mais rápida. Para quem compra online, isso se traduz em mais segurança e tranquilidade. Para empresas, resulta em redução do prejuízo causado por golpes, prevenção de multas e menos desgaste jurídico.
O grande diferencial é a construção de uma resposta conjunta. O esforço de segurança precisa ser contínuo e envolver todo o ecossistema financeiro.
Como podemos direcionar sua jornada segura?
Ao observar as mudanças no mercado, notamos que negócios que buscam soluções modernas de pagamentos estão mais atentos ao risco digital. Buscam recursos antifraude, flexibilidade para lidar com métodos locais e, principalmente, parceiros que acompanham de perto cada movimento da regulamentação.
Com base em tudo que vimos até agora, sugerimos sempre que empresas procurem provedores capazes de adotar e atualizar rapidamente essas boas práticas estabelecidas pelo setor. Contar com uma plataforma que une tecnologia de ponta, monitoramento em tempo real e especialização regulatória pode fazer o seu negócio sair na frente no quesito confiabilidade e segurança digital.
Conclusão
As dez novas medidas apresentadas pelo Fórum de Entidades do Setor de Pagamentos são técnicas, equilibram resposta rápida e reformas profundas, e colocam o Brasil em rota de amadurecimento nesse segmento tão sensível. Acreditamos que só com união, modernização tecnológica constante e rigor na prevenção, será possível reduzir o impacto das fraudes.
Se buscarmos sempre soluções flexíveis, atualizadas e com foco em proteção, será possível transformar a experiência de pagamentos digitais em uma jornada mais protegida, transparente e inovadora. Afinal, segurança não é só tendência do momento. É compromisso com o futuro do comércio digital.
Perguntas frequentes sobre segurança digital em pagamentos
O que é segurança digital em pagamentos?
Segurança digital em pagamentos é o conjunto de processos, ferramentas e normas que visam proteger dados e operações financeiras, evitando fraudes, invasões e uso indevido das informações. Ela envolve desde autenticação forte até monitoramento em tempo real, colaboração entre instituições e atualização constante das tecnologias e protocolos aplicados nas transações.
Como proteger meus dados ao pagar online?
Sugerimos manter dispositivos e aplicativos sempre atualizados, preferir redes seguras e desconfiar de ofertas fora do padrão. Use senhas fortes, não compartilhe códigos ou dados pessoais em links desconhecidos e opte por plataformas reconhecidas no mercado. A tecnologia de autenticação em duas etapas e a revisão frequente do extrato também ajudam muito.
Quais são as melhores práticas de segurança?
Entre as principais práticas estão: usar autenticação em dois fatores, verificar URLs antes de inserir dados bancários, evitar redes Wi-Fi abertas para transações financeiras e nunca compartilhar senhas. Manter a atenção a e-mails e mensagens suspeitos faz parte da rotina de proteção tanto quanto contar com provedores de pagamentos confiáveis.
Como saber se um site é seguro?
Procure pelo cadeado ao lado do endereço, verifique se o link começa com https e confira as políticas de privacidade e contato. Sites com selos de certificação, informações claras e avaliações positivas tendem a oferecer mais segurança. Em caso de dúvida, evite concluir a compra.
Vale a pena usar autenticação em dois fatores?
Sem dúvida. A autenticação em dois fatores adiciona uma camada extra de proteção, dificultando o acesso de golpistas mesmo que descubram sua senha principal. É um dos recursos mais recomendados por especialistas em segurança digital.